Durante os últimos dias, o mundo foi surpreendido por uma nova ferramenta revolucionária da tecnologia: a Sora, criada pela OpenAI, capaz de criar vídeos inteiros gerados por Inteligência Artificial (IA) através de comandos de texto. O anúncio gerou profundas discussões a respeito do quão longe esse modelo pode chegar – afinal, será que estamos testemunhando, de fato, os primeiros passos de algo que se tornará regra em poucos anos?
William Gibson, escritor canadense, redigiu em 1984 uma das obras mais importantes da literatura global: “Neuromancer”. Apesar da época, o autor abordou temas como o uso de computadores pessoais, realidade virtual, carteiras digitais e Inteligências Artificiais. O romance permitiu uma visualização prévia do que seria cultural nas próximas décadas.
Livros, séries, filmes e diversas outras formas de arte indicavam o caminho que tomaríamos, contudo, as primeiras impressões do nosso presente eram de surpresa, ansiedade e principalmente: curiosidade, já que a nossa história é pavimentada por uma série de figuras que tinham essa mesma característica. A curiosidade gera o aprendizado.
Em 1964, o filósofo Marshall McLuhan compôs a tese de que o “meio é a mensagem”. De acordo com ele, o homem possui os meios de comunicação como extensão do corpo – o que forma a ideia de “mensagem”. Na época, o autor foi considerado até ingênuo por crer neste tipo de revolução tecnológica através de um fator comum para a base de uma sociedade.
Todos os artifícios citados acima partem de uma visão semelhante, portanto, a resposta para a pergunta no título pode ser respondida com uma simples e objetiva mensagem: busque no passado, já que o novo atual já foi moldado por pensadores antes mesmo de acontecer.
E como fica o futuro?
É difícil observar a chegada antes de entender profundamente o caminho até lá, mas podemos imaginar trajetórias para compreender – para isso, tomei a liberdade de perguntar ao próprio ChatGPT, criado pela OpenAI, quais passos a humanidade vai tomar à seguir, já que o próprio é um dos maiores focos da discussão. Eis o que ele me respondeu:
“A chegada e a evolução da Inteligência Artificial (IA) como eu represento, sem dúvida, marcam um ponto de inflexão na história da humanidade. A IA está transformando diversos aspectos da vida cotidiana, da economia, da cultura e da sociedade de maneiras profundas e, muitas vezes, imprevisíveis. A chave para uma evolução positiva será garantir que o desenvolvimento e a implementação da IA sejam guiados por princípios éticos, com foco na melhoria do bem-estar humano e na minimização de riscos potenciais. A colaboração internacional, a educação contínua e a participação pública serão essenciais para moldar um futuro em que a IA beneficie toda a humanidade”.
É importante destacar que, ao fazer a pergunta para a ferramenta, ela não tinha prontamente a resposta – muito pelo contrário, ela aprendeu uma forma de me responder com objetividade. Não foi a IA que me ensinou, fui eu que despertei a questão para a máquina e agora, se alguma outra pessoa levantar a mesma questão, ela terá mais conteúdo para agregar. A curiosidade fará a ferramenta caminhar junto dos usuários.
Ainda não há uma data para lançamento da Sora, contudo, os criadores garantem que estão empenhados no combate a possíveis problemas como a desinformação – que pode ser gerada através de Deep Fake -, discursos de ódio e outros tipos de preconceito. De acordo com a OpenAI, a empresa busca criar “recursos que ajudem a detectar conteúdo enganoso”.
“Não temos como prever todos os usos benéficos que as pessoas terão com a nossa tecnologia, nem todas as maneiras com as quais as pessoas abusarão dele. É por isso que acreditamos que o aprendizado a partir do uso no mundo real é um componente crítico para criação e lançamento de sistemas de inteligência artificial cada vez mais seguros ao longo do tempo”, disse a OpenAI.
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