Um estudo realizado pela Ernest Young com 350 conselheiros das Américas, incluindo Brasil, Estados Unidos e México, revela que a análise das condições econômicas tem sido a maior prioridade para os Conselhos de Administração das empresas. Esta preocupação foi destacada por 82% dos entrevistados, um aumento em relação ao ano anterior, quando era mencionada por 80% deles.
Além disso, quando questionados sobre suas maiores preocupações, 68% dos conselheiros mencionaram a inflação, o aumento dos custos e o poder de precificação. Embora se espere uma moderação na inflação global ao longo do ano, este processo será gradual, impactando a atividade econômica, que permanecerá restrita devido à pressão nos custos e preços, levando os bancos centrais a adotar uma política monetária mais restritiva, conforme indicado pela pesquisa.
Tópicos Emergentes
De acordo com os conselheiros, um dos assuntos que mais demanda atenção nos conselhos é a segurança cibernética. Cerca de 47% dos entrevistados alegam que há uma falta de informações e recursos dedicados a esse tema. A segurança cibernética também figura entre as prioridades, mencionada por 68% dos conselheiros, um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A preocupação com a segurança cibernética aumentou devido a diversos fatores, como as exigências crescentes da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), avanços na inteligência artificial, aumento nos ataques cibernéticos e mudanças geopolíticas. A pesquisa observa que eventos como a guerra na Ucrânia, conflitos no Oriente Médio e tensões entre EUA e China podem incentivar ataques cibernéticos estatais, afetando operações e ameaçando a privacidade dos dados.
Outras prioridades incluem inovação e tecnologia (mencionadas por 64% dos entrevistados), estratégias de talentos (56%) e regulamentações em desenvolvimento (49%).
A análise de riscos políticos emergiu como a principal prioridade para 2024, com 45% dos entrevistados considerando-a crucial, em comparação com 29% no ano anterior. Esse aumento pode estar relacionado às eleições nos EUA previstas para o final do ano e às implicações das relações entre os EUA e a China nas empresas, exportações e consumo, segundo Andréa Fuga.
Por outro lado, a preocupação com as mudanças climáticas diminuiu, com apenas 30% dos conselheiros classificando-as como uma prioridade para 2024, uma queda de 8 pontos percentuais em relação a 2023. No entanto, 42% dos entrevistados concordam que o tema deve ser mais discutido nas empresas, apesar da percepção de que seus impactos são mais de longo prazo.