A produtividade média da cana-de-açúcar na principal região produtora do país, o Centro-Sul, registrou uma queda de 6,5% nesta safra em comparação com o ciclo anterior, conforme dados da Plataforma de Benchmarking do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).
No acumulado desta safra, que compreende o período de abril a setembro, a produtividade média alcançou 77,7 toneladas por hectare (t/ha). Isso representa um volume de 5,5 t/ha a menos que as 83,2 t/ha registradas na safra passada.
Apesar do recuo no acumulado, a produtividade média no mês de setembro manteve-se similar à do ano anterior, registrando 71,9 t/ha, contra 70,4 t/ha em setembro de 2024.
O balanço também apontou uma retração na qualidade da cana (ATR), que mede a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis. A qualidade média do ATR acumulado está em 134 kg ATR/t, uma queda em relação aos 136,8 kg ATR/t do ciclo anterior. Especificamente em setembro, o ATR médio ficou em 152,7 kg/tonelada, o que corresponde a uma retração de 0,8% em comparação com os 154 kg/tonelada de setembro de 2024.
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) é uma empresa de biotecnologia e inovação de renome global, especializada na ciência da cana-de-açúcar. Com laboratórios em Piracicaba (SP) e Saint-Louis (Missouri, EUA), o CTC detém o maior banco de germoplasma de cana-de-açúcar do mundo, com mais de 5 mil variedades. Criado em 1969, o centro tem sido fundamental para o avanço tecnológico e a competitividade do setor sucroenergético brasileiro, contribuindo para a liderança mundial do país na produção de açúcar e etanol e na cogeração de bioeletricidade.
A cana-de-açúcar é um dos pilares mais antigos e estratégicos da economia brasileira, desempenhando um papel fundamental que vai muito além da produção de açúcar. O chamado setor sucroenergético é crucial tanto para o agronegócio quanto para a matriz energética e a balança comercial do país.
O PIB da cadeia sucroenergética é frequentemente estimado em cerca de 2% do PIB nacional. O valor bruto anual movimentado pela cadeia produtiva supera consistentemente a marca dos R$ 100 bilhões.
O setor é um grande empregador, especialmente em áreas rurais. A cadeia produtiva é responsável por gerar mais de 700 mil empregos formais diretos, sem contar os empregos indiretos, que somam milhões. O desenvolvimento de novas usinas e a expansão da produção impactam positivamente o PIB per capita dos municípios vizinhos.