A Sabesp (SBSP3), maior empresa de saneamento da América Latina, teve um salto no lucro líquido no segundo trimestre, com o resultado superando as expectativas do mercado e impulsionando as ações da companhia para uma máxima histórica de R$ 123. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,96 bilhão, um avanço de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior, e bem acima da projeção de R$ 1,28 bilhão dos analistas.
O desempenho é atribuído em parte a melhorias operacionais geradas no contexto da privatização da empresa, que agora está sob controle do grupo Equatorial (EQTL3). O resultado operacional, medido pelo EBITDA ajustado, cresceu 21,5%, chegando a R$ 3,62 bilhões, superando a estimativa de R$ 3,15 bilhões.
A empresa conseguiu reduzir custos e despesas operacionais em quase meio bilhão de reais no trimestre. Desse total, R$ 246 milhões foram economizados com depreciação e amortização, e cerca de R$ 80 milhões com pessoal, após a companhia reduzir o número de funcionários em aproximadamente mil posições, para 9.190. A Sabesp também obteve uma redução de R$ 200 milhões em “provisões legais” devido a um acordo envolvendo um “caso relevante”, segundo o diretor financeiro Daniel Szlak.
Szlak afirmou que a empresa atualmente atende 52% das cidades do estado de São Paulo, mas tem ambição de expandir para 90% em futuros leilões de saneamento. A Sabesp também reduziu uma série de descontos para grandes clientes, cujos efeitos ainda não foram totalmente contabilizados no balanço do segundo trimestre.
Na semana passada, a companhia fechou um acordo de R$ 3,8 bilhões com a Telefônica Brasil para a instalação e operação de hidrômetros “inteligentes”, que permitirão a leitura automática do consumo de água.
Sobre a multa de cerca de R$ 23 milhões aplicada pela agência reguladora Arsesp por um vazamento de esgoto no rio Pinheiros, o executivo afirmou que a empresa importará equipamentos da China “provavelmente de avião” para realizar a troca de bombas na estação elevatória de esgoto.