Segundo turno das eleições argentinas acontece nesse domingo (19), veja 5 desafios que o presidente eleito vai enfrentar

A disputa será entre o governista Sergio Massa e o libertário Javier Milei

John W. Banagan/Getty Images

No próximo domingo (19), os cidadãos da principal parceira econômica do Brasil na América do Sul vão definir quem será o presidente do país pelos próximos quatro anos. Independente de quem for eleito, é evidente que o presidente enfrentará grandes desafios visto a situação econômica do país.

Veja as 5 principais dificuldades que o novo mandatário vai enfrentar, segundo a CNN:

1 – Inflação: problema-chave para resolver

Os analistas consultados pela CNN concordam que o eixo central do que está por vir, assim como hoje, é a inflação e o que ela acarreta.

Os últimos dados oficiais mostraram um aumento acumulado de 120% até agora este ano e mais de 140% em termos anuais.

2 – Credibilidade: o cerne da questão

Na mesma linha, o economista Claudio Zuchovicki sugere que o desafio mais importante é a credibilidade que quem tomar posse no dia 10 de dezembro poderá construir.

“A Argentina distorceu os preços relativos, há muitos ativos abaixo do valor alcançável, do câmbio oficial, da energia, da gasolina, entre muitos outros”, afirma.

Segundo Zuchovicki, a consequência dessa alteração é a escassez e, para revertê-la, é necessário muito poder político.

3 – Novos ciclos, dentro e fora do partido

Embora quem conquistar a presidência enfrente importantes desafios sociais e macroeconômicos, especialmente a contenção da inflação, entre outros, existem desafios internos que devem ser superados para governar.

Um possível mandato de Sergio Massa deverá enfrentar obstáculos completamente distintos aos de um eventual governo de Javier Milei.

Segundo o cientista político Andrés Malamud, os principais desafios de um governo do atual ministro da Economia não estão na frente, e sim dentro, mas diferente do que aconteceu com o atual presidente, Alberto Fernández, Malamud diz que “Massa acabaria rapidamente com Cristina para focar em seu verdadeiro rival, aquele que poderia desafiá-lo à reeleição, Axel Kicillof”, eleito governador da província de Buenos Aires e um dos líderes mais importantes do partido atualmente.

Na mesma linha, Nejamkis sugere que a questão é se o novo presidente vai inaugurar ou não um novo ciclo na política argentina.

“Se num extremo imaginamos um Massa que dê continuidade a isso e tente reconstruir reservas com gestos muito específicos, mas não substantivos, é difícil pensar que ele possa constituir uma liderança muito diferente daquela que foram os Kirchner e depois a de Alberto Fernández”, afirma o analista.

“Agora, se Massa reconfigura o mapa do poder, e estamos enfrentando o nascimento de um novo “ismo” dentro do peronismo, devemos nos preparar, talvez, para um ciclo político mais longo”.

4 – Congresso e governança

No caso de Milei, os desafios adicionais têm mais a ver com o Congresso e a governança.

Malamud diz que o economista se depararia com o dilema de “montar um governo com muletas Macri”, em relação à necessidade de apoio do ex-presidente Mauricio Macri e de seus aliados políticos, tanto no âmbito legislativo quanto territorial, para levar a cabo seu plano de governo.

Neste sentido, Nejamkis propõe dois cenários possíveis: “É preciso ver se Milei pretende desenvolver um plano de medidas disruptivas ou mais próximas de um modelo anti-inflacionário clássico”, esclarece.

Para ele, se continuar com a ideia de ser disruptivo, “será um período de grande conflito político e social”.

5 – O que espera o novo presidente em 2024

Para já, o contexto econômico do próximo ano poderá ter algumas expectativas positivas.

O economista Claudio Loser sugere que, sem seca no horizonte, “o cenário é muito melhor em termos de produção agrícola e exportações” e que “haverá um aumento na produção e disponibilidade de petróleo e gás pelo [gasoduto] Vaca Muerta”, cenário que iria beneficiar qualquer um dos dois candidatos presidenciais.

Os benefícios poderiam ser vistos em casos como os vencimentos da dívida, tanto privada como com o Fundo Monetário Internacional, que dariam outro fôlego para a tão crítica economia argentina.

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