O setor de dispositivos médicos no Brasil projeta crescimento nos próximos meses. Segundo levantamento realizado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos) com suas associadas, as vendas devem subir 15% entre maio e junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, 75% das associadas planejam aumentar sua produção e 36% pretendem expandir sua equipe para atender à nova demanda.
“O aumento da tabela SUS em todo o Brasil e a criação da tabela SUS Paulista influenciaram essa demanda. Por outro lado, o governo do estado de São Paulo, com o intuito de reduzir a fila para cirurgias ortopédicas, também contribuirá para esse aumento nas vendas”, analisa Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO.
Apesar do cenário positivo, a pesquisa traz um alerta importante: a expectativa é de que a inadimplência cresça 31% em relação ao mesmo período de 2024. Esse aumento está relacionado à retenção de pagamentos por parte das operadoras de saúde suplementar, o que afeta diretamente o fluxo de caixa dos hospitais. Como consequência, toda a cadeia de suprimentos sofre impacto — especialmente o fornecimento de produtos médicos por pequenas e médias empresas, que têm menor margem de manobra financeira.
A pesquisa envolveu empresas de diversos segmentos, como médico-hospitalar (50%), odontológicos (13%), implantes (16%), materiais de consumo (13%), e outros segmentos como reabilitação e laboratório e radiologia (8%), com a maioria das operações concentradas em São Paulo (74%), mas também com presença significativa em estados como Minas Gerais e Paraná.
A ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos) representa a indústria brasileira de produtos para a saúde que promove o crescimento sustentável no mercado nacional e internacional. Fundada em 1962, a instituição conta com mais de 300 associados e surgiu a partir da ideia de 25 fabricantes de produtos médicos e odontológicos com o objetivo de fortalecer, organizar e regulamentar o segmento.
Nesses anos de trabalho, a ABIMO expandiu suas operações de suporte à cadeia produtiva através de conselhos e grupos de trabalho, os quais respondem por todos os aspectos técnicos, operacionais e associativos do setor.