Smart Cities gera transformação digital nas cidades

De que forma a tecnologia pode melhorar a gestão, os serviços e a sustentabilidade das cidades brasileiras.

Reprodução\ Adobe Stock

As cidades inteligentes, ou smart cities, são aquelas que utilizam a tecnologia da informação e comunicação (TIC) para melhorar a qualidade de vida, a eficiência dos serviços públicos e a sustentabilidade ambiental. Segundo o estudo “Ranking Connected Smart Cities 2023”, que avalia as cidades brasileiras sob 11 eixos temáticos, as mais inteligentes do país são São Paulo, Florianópolis e Curitiba.

Mas o que faz uma cidade ser inteligente? Quais são os benefícios e os desafios dessa transformação digital? E como as empresas podem se adaptar e aproveitar as oportunidades desse cenário? Para responder a essas questões, conversamos com o especialista em smart cities e Hering Rogério Souza, Head de Tecnologia e Inovação da Sigcorp, empresa que oferece soluções tecnológicas para a gestão pública.

Segundo Hering, uma cidade inteligente é aquela que usa a tecnologia como meio para resolver problemas reais da população, como mobilidade, segurança, saúde, educação e meio ambiente. “Não basta ter wi-fi público ou aplicativos de serviços. É preciso ter uma visão integrada e estratégica de como a tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento urbano sustentável”, afirma o Souza da Sigcorp.

Hering explica que as smart cities trazem benefícios tanto para os cidadãos quanto para os gestores públicos e para os empreendedores. “Os cidadãos ganham mais qualidade de vida, comodidade, participação e transparência. Os gestores públicos ganham mais eficiência, economia, controle e planejamento. Para os empreendedores, há mais oportunidades de negócios, inovação e competitividade”, diz.

No entanto, Souza também reconhece que há desafios para implantar as smart cities no Brasil, como a falta de infraestrutura de TIC, a baixa qualificação profissional, a resistência cultural, a burocracia e a legislação. “São necessários investimentos para superar essas barreiras com capacitação, conscientização, simplificação e atualização das normas”, recomenda.

Para as empresas que querem se inserir nesse contexto, Hering sugere que elas busquem se informar sobre as tendências e as demandas das smart cities, adaptem-se às novas tecnologias e se conectem com os atores envolvidos no ecossistema de inovação urbana. “As smart cities são uma oportunidade para as empresas se diferenciarem no mercado, oferecendo soluções que atendam às necessidades dos clientes e da sociedade”, conclui.

Além disso, Henrig destaca que as smart cities exigem uma mudança de cultura e de comportamento dos cidadãos, que devem se tornar mais conscientes, colaborativos e engajados com as questões urbanas. “As smart cities não são apenas um conjunto de tecnologias, mas um processo de transformação social. Os cidadãos são os principais agentes dessa mudança, pois são eles que vivem, trabalham e se relacionam nas cidades”, afirma.

Ele também ressalta que as smart cities devem respeitar a diversidade e a identidade das cidades brasileiras, considerando as suas características históricas, culturais, geográficas e socioeconômicas. “As smart cities não devem ser padronizadas ou impostas de cima para baixo. Elas devem ser construídas de forma participativa e democrática, levando em conta as especificidades e as demandas locais”, defende.

Por fim, Hering aponta que as smart cities devem estar alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que são metas globais para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz e a prosperidade para todos até 2030. “As smart cities devem contribuir para o cumprimento dos ODS nas dimensões econômicas, sociais e ambientais. As smart cities devem ser inclusivas, resilientes e responsáveis”, enfatiza Souza.

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