A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em forte alta nesta segunda-feira (27), impulsionada pela crescente expectativa de que os Estados Unidos e a China possam, em breve, retomar as exportações da oleaginosa, praticamente paralisadas pela guerra comercial.
O movimento de otimismo ganhou força após o presidente dos EUA, Donald Trump, declarar que esperava chegar a um acordo comercial com Pequim durante sua visita à Ásia nesta semana. No domingo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já havia afirmado que autoridades de ambos os países haviam chegado a um acerto, prevendo a retomada de compras substanciais de soja americana pela China.
O contrato mais ativo da soja encerrou o dia com valorização de 25,50 centavos, cotado a US$10,6725 por bushel, atingindo seu patamar mais alto desde 20 de junho.
Os investidores e comerciantes apostam que um possível acordo significaria a volta das compras chinesas, o que injetaria demanda no mercado americano. “A soja está subindo por causa das notícias otimistas sobre as negociações comerciais com a China, apoiando também o milho e o trigo”, comentou Matt Ammermann, gerente de risco de commodities da StoneX.
No entanto, Ammermann alertou que o mercado ainda precisa de “fatos e detalhes” sobre o eventual acordo, e que, no momento, “o medo e o exagero são os principais fatores de negociação”.
Apesar da euforia, o analista observou que a China continua reservando cargas de soja brasileira para embarque entre dezembro e março. Contudo, ele destacou que o país asiático ainda necessita de 5 a 8 milhões de toneladas da commodity para cobrir a lacuna da nova safra brasileira, uma demanda que poderia ser direcionada aos EUA.
O otimismo gerado pelas negociações comerciais sino-americanas também beneficiou outras commodities agrícolas. O milho registrou alta, com o contrato dezembro encerrando com ganho de 5,50 centavos, a US$4,2875 por bushel, após alcançar a máxima desde 3 de julho. O trigo também avançou, fechando em US$5,26 por bushel, com alta de 13,50 centavos.
