A Stellantis, controladora da Chrysler, pagou US$ 190,6 milhões em multas este ano por não atender aos requisitos de economia de combustível nos Estados Unidos. Os pagamentos, referentes aos anos-modelo de 2019 e 2020, foram detalhados em um relatório divulgado pela Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA).
A montadora ítalo-americana desembolsou US$ 112,3 milhões em junho e outros US$ 78,3 milhões em março. Desde 2018, a empresa acumula um total de US$ 773,5 milhões em multas por déficits de eficiência de combustível. A Stellantis confirmou os valores à agência de notícias Reuters, mas não comentou o assunto.
No mês passado, a NHTSA comunicou às montadoras que não haverá mais multas por descumprimento das regras de economia de combustível a partir do ano-modelo de 2022. A decisão se baseia em uma lei sancionada pelo presidente Donald Trump, que aboliu as penalidades por não atender às normas de Economia Média de Combustível Corporativa, estabelecidas em uma lei de energia de 1975.
A mudança nas regras de eficiência de combustível é uma das várias medidas adotadas pelo governo Trump para facilitar a produção de veículos a gasolina pelas montadoras. A Rivian (RIVN.O), por exemplo, informou em um processo judicial recente que a falta de um relatório de conformidade da NHTSA para o ano-modelo de 2022 a impediu de fechar uma transação no valor de US$ 100 milhões em créditos de receita.
Montadoras como a General Motors já enfrentaram penalidades semelhantes no passado. A GM, por exemplo, pagou US$ 128,2 milhões em multas nos anos de 2016 e 2017. Por outro lado, a Tesla (TSLA.O) gerou US$ 2,8 bilhões em receita global com a venda de créditos regulatórios para outras montadoras que precisam cumprir metas de emissões de veículos.
Em junho, a NHTSA abriu caminho para padrões mais flexíveis de economia de combustível, alegando que o governo do ex-presidente Joe Biden excedeu sua autoridade ao presumir uma alta adoção de veículos elétricos em seus cálculos regulatórios.