O TikTok pode se tornar um forte concorrente no comércio eletrônico, movimentando cerca de R$ 39 bilhões em volume de mercadorias no Brasil até 2028. A plataforma, que vem se transformando em uma espécie de loja virtual, tem o potencial de impactar o e-commerce global e expandir sua presença no mercado brasileiro, de acordo com um relatório do Santander publicado nesta semana.
O relatório destaca a TikTok Shop, ferramenta já disponível em países como Estados Unidos, Indonésia, Reino Unido e Tailândia, que pode chegar à América Latina ainda este mês. O México será o primeiro país da região a receber o programa, e o Brasil tem grande potencial para ser o próximo a permitir compras diretamente pelo aplicativo, segundo o Santander.
Caso isso se confirme, o banco projeta que a plataforma pode capturar entre 5% e 9% do e-commerce brasileiro em até três anos após o lançamento. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior mercado do TikTok, com 111 milhões de usuários, ficando atrás apenas da Indonésia e dos EUA.
O Santander destacou que, com a possível proibição do TikTok nos Estados Unidos, os mais de 160 milhões de usuários combinados do Brasil e do México se tornam uma alternativa estratégica atraente para a plataforma.
Os efeitos dessa nova ferramenta são amplos, afetando diversos setores, com ênfase em segmentos como beleza e moda. O impacto do TikTok Shop vai além do e-commerce, representando um desafio para as lojas físicas tradicionais. O estudo alerta que os varejistas convencionais precisam aprender a navegar no ecossistema do TikTok ou correm o risco de ver sua marca desaparecer diante de empresas mais adaptadas à nova realidade digital.
Com isso, o relatório do Santander ainda traz um ranking das empresas que melhor podem se adaptar à nova ferramenta de vendas na plataforma. Na liderança estão o Boticário, Burger King, Smart Fit e Natura, que já possuem estratégias que geram maior engajamento e menores custos de aquisição de clientes no TikTok.