Uma pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (20) pelo jornal Folha de S. Paulo, revela que a maioria dos brasileiros (59%) almeja trabalhar de forma autônoma. Em contraste, 39% dos entrevistados se sentem mais seguros com um contrato de trabalho formal.
O levantamento, realizado entre os dias 10 e 11 de junho em 136 municípios, com 2.026 participantes, também apurou uma crescente disposição a trabalhar sem registro em troca de salários mais altos. Atualmente, 31% dos entrevistados aceitariam essa condição, um aumento significativo em relação aos 21% registrados em 2022.
Paralelamente, a valorização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem diminuído. A parcela de brasileiros que prefere um contrato formal, mesmo com salário menor, caiu de 77% para 67% no mesmo período.
A pesquisa aponta que a preferência pelo trabalho autônomo é mais expressiva entre os jovens de 16 a 24 anos, com 68% optando por essa modalidade. Entre os maiores de 60 anos, a preferência se divide, com 50% inclinados ao trabalho por conta própria e 45% preferindo o vínculo empregatício.
Dentre os 31% que se mostrariam abertos a trabalhar sem registro por um salário superior, a preferência pelo trabalho autônomo é ainda mais acentuada, atingindo 85%.
A análise por gênero indica que as mulheres priorizam mais a segurança do vínculo formal (71%) em comparação com os homens (62%). Já a renda se mostra um fator determinante na preferência pela CLT. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 72% preferem a segurança de um emprego formal, proporção que cai para 56% entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos.