A HiPartners acaba de divulgar o Índice de Performance do Varejo (IPV) referente ao mês de abril de 2025. O indicador revela um cenário de recuperação expressiva no comércio varejista, impulsionado pelo aumento no fluxo de visitação e crescimento no faturamento das lojas físicas.O levantamento é realizado pela HiPartners a partir de dados das empresas FX Data Intelligence e F360, além de análise da 4Intelligence.
Após um início de ano marcado por resultados tímidos, abril apresentou uma retomada significativa. As lojas de shopping registraram aumento de 1,2% no fluxo de visitação, enquanto as lojas de rua cresceram 11,60%. O faturamento também acompanhou a movimentação positiva, alcançando 14,34% nas lojas de shopping e 12,67% nas lojas de rua.
Os números positivos de abril ganham ainda mais relevância quando comparados ao cenário negativo de março. Naquele mês, o setor varejista enfrentou queda expressiva no fluxo de visitação e no faturamento, especialmente em lojas de shopping. A queda gerou preocupação entre empresários e especialistas do setor, principalmente pela baixa performance durante o Dia do Consumidor, tradicionalmente um período de aquecimento das vendas.
“Abril foi um mês de ótimo desempenho para o varejo, impulsionado pela Páscoa e por uma atuação mais estratégica dos lojistas. O crescimento de 13,8% nas vendas, especialmente em lojas de rua, mostra que quem planejou bem o sortimento, executou promoções com inteligência e cuidou da operação, colheu resultados acima da média. A data comemorativa teve seu peso, mas o diferencial esteve na preparação e na execução”, afirma Henrique Carbonell, CEO da F360, companhia que origina os dados de venda para o IPV.
O crescimento nacional no faturamento foi de 13,8%, com destaque para as regiões Sul e Nordeste, que registraram altas de 18,71% e 16,53%, respectivamente. Esses números refletem o aumento no ticket médio geral de aproximadamente 9,0% que,no comparativo regional, aparecem o Norte com 11,7%, o Sudeste com 9,8%, o Nordeste com 7,2%, o Centro-Oeste com 6,4% e o Sul com 5,7%.
Na análise regional, enquanto o faturamento apresentou crescimento em todas as regiões, o fluxo de visitação teve variações. As regiões Centro-Oeste e Sul registraram queda de 11,60% e 10,50%, respectivamente, enquanto o Norte (+14,00%), Nordeste (+3,70%) e Sudeste (+8,60%) apresentaram alta no fluxo de clientes.
Setorialmente, o IPV revelou crescimento em todos os setores de faturamento. O segmento de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo registrou alta expressiva de 33,57%, consolidando-se como o principal motor de crescimento. Por outro lado, o setor de Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos, de Perfumaria e Cosméticos obteve o menor avanço, com crescimento de 0,84%.
“O destaque setorial para supermercados, com crescimento superior a 33% devido ao efeito calendário e a Páscoa, confirma o movimento já antecipado pela PMC de março, que mostrou aceleração em bens essenciais – impulsionada pela melhora no mercado de trabalho e aumento da renda disponível. Por outro lado, a desaceleração em setores como o de perfumaria e cosméticos, que teve crescimento modesto, reflete o desafio do consumo discricionário num ambiente ainda pressionado por juros e endividamento”, acrescenta Eduardo Terra, sócio da HiPartners.
O varejo ampliado apresentou avanço de 2,4% na comparação interanual, enquanto o varejo restrito cresceu 1,5%. A atualização de dados pelo IBGE revelou revisões para baixo em alguns setores, especialmente nos Artigos Farmacêuticos, que tiveram seu crescimento de 2024 revisado de 14,2% para 7,4%.
O setor de Veículos, Motos, Partes e Peças também apresentou alta anual de 10,0%, mas com tendência de desaceleração na margem (-2,6%). A influência do programa Remessa Conforme, que elevou o imposto de importação para 20% desde agosto de 2024, também parece ter beneficiado o comércio doméstico, especialmente entre os varejistas locais.