Wall Street está em ebulição. Após um período de cautela no início do ano, os grandes bancos de investimento voltaram a contratar executivos seniores e profissionais em diversos níveis, impulsionados por um clima econômico mais otimista e pela retomada de fusões e ofertas públicas iniciais de ações (IPOs).
Normalmente, a temporada de contratações ocorre na primavera, mas este ano foi atrasada por um fator inesperado: a incerteza gerada pelas novas tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump. “No momento em que as contratações deveriam começar, uma forte incerteza tarifária abalou os mercados e muitos desses bancos, e por isso eles disseram: ‘Ei, vamos esperar'”, explica Meridith Dennes, sócia-gerente da Prospect Rock Partners.
No entanto, com a estabilização dos mercados, o cenário mudou. “Tem sido um verão agitado no setor de banco de investimento”, disse Troy Rohrbaugh, co-CEO do banco comercial e de investimento do JPMorgan, que recentemente nomeou Jerry Lee, do rival Goldman Sachs, como presidente global de banco de investimento. O JPMorgan também contratou mais de 300 banqueiros para sua unidade global.
A retomada não se limita a altos executivos. O recrutamento para cargos de entrada também está aquecido. Tom Ragland, CEO do Harrison-Rush Group, notou um aumento de 200% nas mensagens de bancos de investimento em busca de associados e vice-presidentes na semana até 13 de agosto, uma recuperação notável em relação ao início do ano. Bancos boutique, como a Evercore e a Lazard, também estão especialmente otimistas. A Evercore comprou o britânico Robey Warshaw, e a Lazard contratou 14 diretores-gerentes em 2025, buscando dobrar sua receita até 2030.
Embora o volume de contratações ainda não se compare aos anos mais ativos da última década, o movimento mostra uma clara mudança de estratégia. Segundo Alan Johnson, fundador da consultoria Johnson Associates, os bancos estão reforçando suas equipes para o próximo ano.
As decisões são apoiadas pela concretização de negócios que estavam paralisados. “Se você não tiver negócios fechados, não terá dinheiro para contratar pessoas”, concluiu Dennes, sinalizando que a recente onda de contratações é um reflexo direto da melhora no cenário de negócios.
*Com informações da Reuters