Os proprietários dos postos de combustíveis estão, hoje, diante de um dilema: de ampliar ou não o modelo de negócio com a implantação de infraestrutura de recarga para os veículos eletrificados. Vale a pena investir para atender uma frota elétrica, mesmo ainda em crescimento?
Os números ratificam o bom momento vivido pelo mercado. Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) aponta que 2023 foi o melhor ano da eletromobilidade no Brasil, com vendas de veículos leves eletrificados (PHEV+BEV+HEV) crescendo acima dos 50% em todas as regiões do país em relação a 2022. O Sudeste continuou liderando o crescimento das vendas (+101%), mas o Nordeste também teve desempenho expressivo (+91%), seguido pelo Sul (+82%), Centro-Oeste (+73%) e Norte (+67%).
O avanço deve-se ao aumento do interesse dos brasileiros em adquirirem veículos não-poluentes, de novos players que investem maciçamente no mercado tornando o automóvel mais acessível, além do crescimento da malha eletrificada que gera segurança para os usuários que não querem ficar reféns de seus carros parados nas grandes vias por falta de carga na bateria. A oferta de pontos de recarga a base do negócio desenvolvido pela Tupi Mobilidade, empresa de tecnologia e gestão de estações de recarga de veículos elétricos.
Na semana passada, a Tupi Mobilidade, encabeçada por Davi Bertoncello, conquistou uma posição de destaque ao ocupar a liderança entre as startups de Mobilidade Elétrica, top 3 em Energy Tech e top 28 no ranking geral das 100 Open Startups.
Para acompanhar o aumento do número de veículos elétricos nas ruas, a Tupi trabalha ao lado de grandes parceiros na expansão da rede de recarga conectada nacional. Considerando o período entre fevereiro de 2020 até fevereiro de 2024, houve um crescimento de 1452% (de pouco mais de 500 estações de recarga em 2020, para quase 7800 estações em 2024). Esses números consideram carregadores públicos, semi-públicos e privados. Deste universo 2800 pontos são mapeados pelo aplicativo da Tupi que conta ainda com acordos comerciais junto a 120 empresas, entre postos de combustível, bancos, hipermercados, shoppings, etc.
Outro dado relevante: segundo a ABVE, o Brasil tem 102 mil carros híbridos, plug-in e 100% elétricos nas estradas brasileiras, e metade dos motoristas utilizam a plataforma da Tupi Mobilidade que também tem atuação no exterior. Em países como Paraguai e Argentina, a plataforma contabiliza 2 mil usuários.
Recentemente, o vice-presidente Geraldo Alckmin sinalizou que não vê a necessidade de antecipar o imposto seletivo para veículos elétricos. Ao mesmo tempo, a Anfavea mantém sua insistência na necessidade de ajustar essa cobrança.