A Ibá, entidade que representa a indústria de árvores cultivadas, e o Arapyaú, instituto de fomento de iniciativas que promovam o desenvolvimento inclusivo e sustentável, assinaram termo de cooperação para atuar em prol da nascente economia da restauração e silvicultura de nativas no país.
O Brasil pretende reduzir suas emissões líquidas de gases de efeito estufa em até 67% até 2035, tomando como referência os níveis de 2005. Ademais, o país reforçou em sua NDC (compromissos assumidos no Acordo de Paris, em 2015) a meta do Planaveg (Plano Nacional de Vegetação Nativa) de restaurar 12 milhões de hectares de terra. Para atingir esse objetivo, o Brasil precisará investir R$ 228 bilhões, segundo estimativa do Instituto Escolhas. Mas esse investimento pode ter como retorno a geração de R$ 776,5 bilhões em receita líquida considerando a venda de créditos de carbono e produtos florestais.
A parceria entre Ibá e Arapyaú tem por objetivo o desenvolvimento de ações conjuntas destinadas à aceleração dessa agenda. Entre as ações estratégicas previstas, estão a mobilização do setor privado pela construção de mercados de carbono, de produtos madeireiros e produtos não madeireiros, o compartilhamento de conhecimentos e desafios operacionais e o fomento às discussões e ações para destravar recursos e incentivos.
O Instituto Arapyaú acumula anos de experiência promovendo a agenda pró-natureza a partir de uma perspectiva integrada entre pessoas, economia e clima, atuando em temáticas emergentes que conectem esses pontos — entre elas, a de restauração florestal. “Atuamos com atores da sociedade civil, da filantropia, da academia e dos setores público e privado pelo fomento de redes transformadoras e pela implementação de iniciativas estruturantes que promovam soluções sistêmicas e escaláveis. Será um enorme prazer exercer essa expertise em parceria com a Ibá para impulsionar a agenda de restauração florestal no país”, diz Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.
Representando há mais de uma década o setor de árvores cultivadas para fins industriais, a Ibá, por sua vez, foi procurada em 2024 por empresas dedicadas à restauração de nativas que buscavam somar forças a um setor que já possui notável trajetória de preservação, assim como de manejo florestal sustentável, modelo para o mundo quando se pensa em cultivo com responsabilidade ambiental.
“A indústria de árvores cultivadas está pautada em um modelo de bioeconomia em larga escala, atuando em uma lógica integradora, sistêmica e circular, da árvore ao pós-uso do produto, gerando uma gama de benefícios climáticos. Hoje o setor planta 1,8 milhões de árvores por dia, além de preservar 6,9 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão superior ao estado do Rio de Janeiro”, diz Paulo Hartung, presidente da Ibá. “Essa parceria surge em momento oportuno. Existe hoje um crescente interesse da sociedade em valorizar produtos nativos e nacionais provenientes de uma produção sustentável. Ao mesmo tempo, as economias do mundo se comprometem, entre avanços e retrocessos, com metas para reduzir emissões de carbono.”
O termo prevê um diálogo aberto entre as entidades para alinhamento e complementação das ações, mantendo as melhores práticas de parceria para o desenvolvimento de uma economia próspera e sustentável.