Os pesquisadores da Mayo Clinic fazem novas descobertas, desenvolvem ferramentas e tecnologias inéditas, e constantemente aprimoram tudo o que já existe com o objetivo de oferecer o que há de melhor em termos de cuidados de saúde. As 5 histórias a seguir reúnem alguns dos avanços mais significativos na pesquisa médica conduzida pela Mayo Clinic ao longo do ano que passou. As descobertas variam desde o uso da inteligência artificial (IA) para detectar doenças mais rapidamente até o avanço dos tratamentos para doenças raras e complexas.
Avanço nos exames de imagem de microvasos por ultrassom e IA para melhorar a detecção do câncer
Os tumores são formados não apenas por células cancerígenas, mas também por uma rede de pequenos vasos sanguíneos, ou microvasos, que não podem ser vistos nas imagens produzidas pelas máquinas de ultrassom convencionais. Para resolver esse problema, a médica-cientista Dra. Azra Alizad, e o cientista de engenharia biomédica Dr. Mostafa Fatemi, Ph.D., uniram esforços na Mayo Clinic para conceber e estudar uma ferramenta que pudesse melhorar a resolução dos exames de imagem de ultrassom. Assim como foi demonstrado nas descobertas de pesquisa, eles desenvolveram um software para exames de imagem de ultrassom de alta resolução compatível com muitas máquinas de ultrassom. Ele poderia melhorar exponencialmente os detalhes e a qualidade das imagens.
“Se pudéssemos visualizar e capturar o microvaso nos estágios iniciais do câncer, poderíamos diagnosticar e tratar a doença melhor e mais cedo, o que representaria uma melhora para os resultados do paciente”, explica a Dra. Alizad, especializada em tecnologia de ultrassom para exames de imagem de câncer. Leia mais.
Uso do sistema imunológico para combater o câncer de ovário
A pesquisa da Mayo Clinic está biomanufaturando uma vacina experimental para câncer de ovário baseada em células. Ela está sendo combinada com a imunoterapia para estudar uma abordagem de “ataque duplo” para interromper o avanço da doença em casos de câncer de ovário nas pacientes. Essa pesquisa começa com uma coleta de sangue de uma mulher com câncer de ovário avançado, cujos tumores voltaram depois de uma cirurgia padrão e quimioterapia. Os glóbulos brancos são extraídos do sangue, são biomanufaturados para se tornar células dendríticas e retornam para a paciente. As células dentríticas atuam como defensores que percorrem o corpo para acionar o sistema imunológico para reconhecer e combater o câncer.
“Estamos empregando tudo isso em um ensaio clínico inicial de fase 1 que demonstrou resultados promissores em termos de sobrevivência depois da vacina baseada em células dendríticas”, explica o médico oncologista e co-investigador principal Dr. Matthew Block, Ph.D.. “Das 18 pacientes avaliadas no estudo de fase 1, o câncer retornou em 11 pacientes, mas 7 delas (40 por cento), ficaram livres do câncer por quase 10 anos. Normalmente, há uma expectativa de que o câncer retorne em 90 por cento das pacientes nessas condições.”
A inteligência artificial está pavimentando um novo futuro para a gastroenterologia
A colonoscopia continua sendo o padrão-ouro para detectar e prevenir o câncer colorretal. Mas o procedimento tem limitações. Alguns estudos sugerem que mais da metade dos casos de câncer de cólon pós-colonoscopia surgem de lesões que não foram detectadas nas colonoscopias anteriores dos pacientes.
“A IA, particularmente o subconjunto de IA chamado visão artificial, é naturalmente adequada para o que fazemos pelo endoscópio”, explica o Dr. Michael B. Wallace.
Em 2022, o Dr. Wallace publicou os resultados de um estudo internacional e multicêntrico que examinava o impacto da introdução da IA nas colonoscopias de rotina. A equipe do Dr. Wallace, que contava com o Dr. James East, gastroenterologista na Mayo Clinic Healthcare em Londres, além de pesquisadores dos EUA, Reino Unido, Itália, Alemanha e Irlanda, descobriu que a integração da IA nas colonoscopias reduziu em 50 por cento os riscos de não detectar os pólipos. Leia mais.
A triagem cardíaca aprimorada por IA pode resolver as disparidades de saúde?
Médicos e pesquisadores ao redor do mundo estão combinando inteligência artificial, conhecida como IA, com os cuidados de saúde para ajudar a identificar pacientes com maior risco de doenças cardiovasculares, como AVC e insuficiência cardíaca. Entretanto, à medida que cresce o uso dessas ferramentas aprimoradas por IA, os pesquisadores da Mayo Clinic perguntam: “Essas ferramentas funcionam de maneira confiável para pessoas de outras etnias além de pessoas brancas?” e “Elas são acessíveis em ambientes de cuidados de saúde comunitários?”
“As intervenções de saúde baseadas em IA são frequentemente desenvolvidas e implementadas sem que a análise de dados ou a validação sejam feitas especificamente de acordo com a raça”, explica o Dr. David Harmon, bolsista em cardiologia na Mayo Clinic. “É importante garantir que essas ferramentas sejam confiáveis e acessíveis para todos, particularmente para as pessoas de etnias que não sejam brancas, pois elas são desproporcionalmente afetadas pela doença cardiovascular.” Leia mais.
Pesquisadores associam exposições ambientais a doenças hepáticas
Pesquisadores da Mayo Clinic identificaram uma ampla variedade de substâncias químicas do ambiente presentes na bile humana em pacientes com colangite esclerosante primária, uma doença hepática crônica rara nos dutos biliares. O estudo, publicado na revista científica Exposome, representa uma nova frente de pesquisa do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic que estuda o expossoma, a medida dos fatores ambientais que contribuem para a saúde e o aparecimento de doenças. Para o estudo, os pesquisadores investigaram amostras de bile de pacientes com a doença usando espectrometria de massa de alta resolução e encontraram várias substâncias químicas do ambiente presentes. Essa nova tecnologia permitiu aos pesquisadores medir e analisar exposições químicas externas e suas respostas biológicas, com cobertura suficiente para estudar as relações entre potenciais causadores de doenças e seus efeitos.
“As descobertas derivadas das associações químico-metabolômicas na bile servem como um ponto de partida”, explica o pesquisador da Mayo Clinic, o Dr. Konstantinos N. Lazaridis, diretor executivo da cátedra Carlson and Nelson do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic. “Elas são essenciais para entender as alterações bioquímicas que ocorrem com a exposição a substâncias químicas presentes no ambiente, pois podem refletir a causa e a progressão da colangite esclerosante primária, e também podem levar a novos tratamentos.” Leia mais.