O bean-to-bar, processo que envolve o processamento completo dos grãos de cacau sem o uso de aditivos, difere significativamente dos produtos industrializados, que são feitos a partir de um derivado da fruta, o licor ou “massa”, misturado a gorduras e aromatizantes. Esse método tem se destacado no segmento de saúde e bem-estar, sendo impulsionado por empresas com uma abordagem ESG (ambiental, social e de governança).
Na indústria bean-to-bar, a produção é verticalizada e o controle da matéria-prima é rigoroso. As fabricantes adquirem o cacau de áreas livres de desmatamento e, preferencialmente, de pequenos produtores. A Dengo tem apostado nesse segmento desde sua fundação, em 2017.
“A ideia é ir na contramão do que a indústria faz. Em vez de torrar, desodorizar, esconder os ‘defeitos’ do cacau comum, a gente quer manter seus atributos, suas características”, afirma Thiago Amaral, fundador da Haoma, fabricante mineira de chocolates bean-to-bar. A empresa, avaliada em mais de R$ 100 milhões, recentemente anunciou um aporte de dois novos sócios: Moriah Asset e Baraúna.
A marca pretende utilizar o investimento para expandir sua presença no varejo e inaugurar até 60 pontos de venda próprios em shopping centers e aeroportos nos próximos cinco anos. Com essa ampliação, a ideia é oferecer aos consumidores uma experiência de compra mais sofisticada em grande escala, com uma variedade de produtos que incluem papelaria, embalagens para presentes e um atendimento mais próximo e personalizado.
Além dos recursos financeiros, os fundos que investiram na Haoma estão trazendo outras contribuições estratégicas. Por exemplo, o Baraúna nomeou um profissional experiente para assumir o cargo de diretor comercial e de expansão da empresa, além de indicar profissionais para participarem do conselho, auxiliando na tomada de decisões. Por sua vez, a entrada do Moriah possibilita sinergias com outras empresas investidas pela gestora, que possui em seu portfólio empresas como Desinchá, Frutaria São Paulo e Super Nutrition.