Comunidades amazônicas são beneficiadas com sistema de energia solar 

A medida tem beneficiado o empreendedorismo sustentável

Bruna Martins - FAS

Mais de 530 famílias serão beneficiadas com o novo sistema de energia solar instalado na comunidade Bauana, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, no município de Carauari (distante a 787 quilômetros de Manaus), interior do Amazonas. A iniciativa visa fortalecer o empreendedorismo sustentável, alinhado à bioeconomia, e melhorar os indicadores socioeconômicos da população regional.

A partir da instalação do sistema, será possível o funcionamento de duas miniusinas para produção de óleos de andiroba e murumuru, buriti, açaí, e outros produtos da bioeconomia amazônica. O sistema solar possui 80 painéis e 32 baterias de lítio.

Além do Bauana, o sistema beneficiará outras 10 comunidades, entre a RDS Uacari e a Reserva de Extrativista (Resex) Médio Juruá. São elas: Santo Antônio, Vila Ramalho, São Raimundo, Bom Jesus, Imperatriz, Roque, Nova Esperança, Novo Horizonte, Pupuaí e Gumo do Facão.

O sistema de energia é fruto do projeto “Sempre Luz”, realizado entre a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a multinacional brasileira UCB Power. Em 2021, a mesma iniciativa levou abastecimento para aproximadamente 130 pessoas da comunidade ribeirinha Santa Helena do Inglês, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Negro, no município de Iranduba (distante a 64 quilômetros de Manaus). O local sofria com constantes interrupções de energia e, após o projeto, passou a ter o fornecimento de eletricidade 24 horas.

“Para a minha comunidade principalmente, que reside dentro da unidade de conservação, a instalação de uma usina de beneficiamento de óleos vegetais pode representar não apenas uma fonte de renda adicional, mas também uma oportunidade de promover a sustentabilidade socioeconômica e ambiental. Essa usina oferece benefícios significativos para todas as famílias locais”, destaca o extrativista Caio Gondim do Carmo, comunitário do Bauana.

O fornecimento elétrico ainda irá facilitar o acesso à educação, pesquisa, telessaúde e outras atividades via internet. O superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, explica que o sistema vai dar suporte aos laboratórios de empreendedorismo local.

“Toda a riqueza natural tem que ser transformada em produtos de valor agregado nas próprias comunidades, pois vai permitir que os jovens deixem de olhar para as grandes cidades como única rota de prosperidade pessoal. Esse exemplo pode ser replicado em toda a Amazônia, e o que nós defendemos são pólos de desenvolvimento sustentável, como é o caso da comunidade Bauana. Eles criam esperança por uma Amazônia próspera, com melhores indicadores socioeconômicos e a floresta em pé”, finaliza.

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