O volume de ativos financeiros registrados pela CSD BR mais que dobrou em apenas três meses. Passou de R$ 600 bilhões, em dezembro, para R$ 1,3 trilhão em março. A projeção é de R$ 2 trilhões em 2024, caso consiga licença para operar com liquidação de depósitos centralizados.
A empresa foi fundada por Edivar Queiroz Filho com o objetivo de de transforma-lá em concorrente direta da B3, da Bolsa de valores. Em entrevistas, o fundador afirmou que um dos motivos para a criação da CSD, foi o movimento de fusão da BM&F Bovespa com a registradora Cetip, em 2017, o que criava uma espécie de “monopólio” do mercado. “Evitar um monopólio no mundo financeiro deixa nosso mercado de capitais muito mais eficiente“, acrescentou.
O desempenho excepcional da CSD começou a atrair a atenção de grandes players do mercado, como a Chicago Board Options Exchange (CBOE), que adquiriu uma participação na empresa, cujo valor não foi divulgado. Além disso, nomes de peso como BTG e Santander também se tornaram sócios minoritários da CSD.
Segundo Edivar Queiroz Filho, “A interoperabilidade abre caminho para outros produtos, principalmente as ações“. As duas empresas necessitariam submeter uma proposta conjunta à CVM, que tem a responsabilidade de validar o acordo. No entanto, Queiróz relata que as negociações com a B3, que já estavam em um impasse, estagnaram completamente após a CSD BR denunciar a operadora da Bolsa brasileira ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por práticas anticoncorrenciais.
Atualmente, a CSD BR possui licença para efetuar o registro de uma variedade de ativos financeiros, incluindo Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Arrendamento Mercantil (LAM), Letras Hipotecárias (LH), CDBs, cotas de fundos, derivativos e apólices. A expansão do portfólio é vista como fundamental para atrair um parceiro internacional para a empresa, a BIDS Trading. A parceria visa atuar em “block trade” (negociação de grandes volumes de ações destinadas a investidores profissionais) no mercado brasileiro.