Greenpeace corre risco de falência e enfrenta processo

A ação foi movida em 2017 pela empresa Energy Transfer, sediada no Texas

O Greenpeace começou a ser julgado nesta segunda-feira (24) em Dakota do Norte, nos Estados Unidos, em um processo que pode colocar em risco sua existência financeira.

A Energy Transfer alega que o Greenpeace liderou uma campanha de desinformação e incentivou protestos violentos contra o petróleo, resultando em prejuízos financeiros significativos para a empresa. A organização ambientalista negou as acusações, argumentando que sua atuação se limitava a apoiar manifestações de protestos e a defender os direitos das comunidades indígenas afetadas pelo projeto.

O julgamento pode ter grandes implicações para o ativismo ambiental nos Estados Unidos, já que uma decisão favorável à Energy Transfer poderia estabelecer um precedente para que outras empresas processem organizações ambientalistas por campanhas de mobilização e protestos.

O Greenpeace afirmou que a empresa busca uma indenização de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1.734 bilhões), um montante mais de dez vezes superior ao orçamento anual da filial norte-americana da organização.

A ONG classificou o processo como uma tentativa de silenciar grupos ambientalistas por meio de ações judiciais estratégicas contra a participação pública (conhecidas como SLAPP, na sigla em inglês). Segundo o Greenpeace, esse tipo de ação visa intimidar ativistas e desencorajar futuros protestos contra projetos de combustíveis fósseis.

A construção do Dakota Access Pipeline pela Energy Transfer foi aprovada em 2016, o que gerou revolta entre nativos americanos e organizações ambientais a respeito de uma possível invasão a terras sagradas e suprimento de água.

As manifestações ganharam atenção mundial, fazendo com que milhares de pessoas viajassem até o local para fazerem parte do movimento. Os manifestantes, que chegaram a ficar acampados por meses ao longo da rota planejada para o oleoduto, entraram em vários confrontos com a polícia e a segurança privada.

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