Após dois anos de estiagens históricas que geraram quase R$ 3 bilhões em custos adicionais para o setor industrial, a indústria amazonense se prepara para um novo período seco em 2025, mas projeta impactos menores do que os registrados em 2023 e 2024.
As secas severas afetaram diretamente o transporte de cargas, encarecendo fretes e impondo a chamada “taxa da seca”, cobrada por armadores e terminais portuários. Para evitar um novo colapso logístico, as empresas têm adotado medidas preventivas.
“A indústria vem se preparando para a estiagem, reforçando estoques, estruturando melhor seu abastecimento e organizando a questão de pagamento para fornecedores e colaboradores, quando possível”, afirma Augusto Rocha, coordenador da Comissão de Logística e Competitividade do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).
Segundo Rocha, a bacia do Rio Amazonas continua sendo o ponto de maior preocupação, pois o baixo nível das águas prejudica a navegação e eleva significativamente os custos logísticos. Apesar disso, a expectativa para 2025 é mais otimista. “Nós esperamos que a seca não seja tão severa quanto nos últimos dois anos. Acreditamos que os armadores e terminais adotem práticas equilibradas nos custos e que a indústria sofra menos com esse cenário”, projeta Rocha.
As estiagens históricas de 2023 e 2024, que causaram prejuízos de quase R$ 3 bilhões, alertaram o setor de logística para a necessidade de medidas preventivas. Empresas do setor se mobilizam para enfrentar um novo período de seca em 2025, com foco no reforço de estoques, reorganização da logística e uma gestão financeira mais robusta.
O principal desafio é o baixo nível do Rio Amazonas, que encarece o transporte de cargas e aumenta as taxas portuárias. As empresas esperam, no entanto, que a estiagem de 2025 seja menos severa, resultando em custos mais estáveis.
Augusto reforça ainda a urgência de investimentos públicos estratégicos, com soluções definitivas que reduzam a dependência de dragagens emergenciais: “Precisamos de obras subaquáticas que alterem a hidrodinâmica do rio e garantam um canal navegável de forma permanente. Não é sustentável depender de dragagens frequentes”, conclui.