O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou uma retração de 0,4% em abril na comparação com março, de acordo com o Monitor do PIB, levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Apesar da queda mensal, o indicador registrou um crescimento de 1,6% em relação a abril de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses até abril, a expansão foi de 3,1%.
Segundo a FGV, o resultado negativo de abril, na comparação com o mês anterior, foi influenciado pela queda na atividade da agropecuária e da indústria sob a ótica da oferta. Pelo lado da demanda, o consumo, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – que mede os investimentos – e as exportações também contribuíram para a retração.
Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, destacou em nota que “a retração da economia em abril, em comparação a março, é a primeira após cinco meses consecutivos de resultados positivos”. A especialista ponderou que essa queda ocorreu após um crescimento expressivo de 1,3% em março, o que elevou a base de comparação. Contudo, ela alertou que “esta retração pode sinalizar maior dificuldade de sustentação do crescimento econômico observado nos primeiros meses do ano”.
O Monitor do PIB utiliza as mesmas fontes de dados e metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial do PIB.
No trimestre encerrado em abril de 2025, comparado com o mesmo período de 2024, o PIB brasileiro registrou um crescimento de 2,7%. O consumo das famílias avançou 1,9% nesse período. A FGV observou que, apesar do crescimento, o consumo das famílias segue em uma trajetória de desaceleração econômica iniciada no segundo semestre de 2024, impulsionada principalmente pela perda de força no consumo de bens.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) apresentou uma elevação de 6,9% no trimestre até abril deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, embora a FGV ressalte que também está em processo de desaceleração, refletindo um menor dinamismo no desempenho de máquinas e equipamentos.
As exportações de bens e serviços tiveram um aumento de 1,2% no trimestre encerrado em abril de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Já as importações registraram um forte crescimento de 12,9% no mesmo período, com destaque para bens de capital, bens intermediários e serviços.
Em termos monetários, o PIB brasileiro atingiu R$ 4,057 trilhões no acumulado de janeiro a abril, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 18,3% em abril.