Segundo recente pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as mulheres passaram a ser maioria atuando nas redes franqueadoras no Brasil. O percentual de mulheres atuando no setor cresceu de 46% em 2015 para 57% em 2024. Um dos destaques desse período é o crescimento expressivo de mulheres em cargos de liderança, como diretoras, gerentes, supervisoras e conselheiras administrativas, que passou de 19%, em 2015, para 29% em 2024.
Como comparação, a proporção de mulheres em cargos de alta liderança é menor em vagas de diretoria e C-Level no Brasil, com 28%. E de forma geral as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança. Os dados são da pesquisa da FIA Business School, que analisou respostas de mais de 150 mil funcionários de 150 grandes empresas premiadas com o selo “Lugares Incríveis para Trabalhar 2023”.
Para o empresário Reginaldo Boeira, especialista em empreendedorismo, dono de uma holding de quase 20 empresas, entre elas a rede KNN Idiomas, uma das cinco maiores do Brasil, o crescimento da participação feminina em posições de liderança nas redes franqueadoras têm relação com uma busca por gestão mais humanizada e às habilidades interpessoais que as mulheres trazem para o ambiente corporativo.
“Sou favorável à inclusão social e igualdade de gêneros e acredito que todos têm talentos a serem desenvolvidos e aproveitados. E as mulheres têm uma capacidade natural de criação de conexões, alta sensibilidade e de escuta ativa. Elas trazem uma empatia diferenciada para a tomada de decisão e um olhar detalhado e atento para o desenvolvimento humano dentro das empresas e isso gera ambientes de trabalho saudáveis e produtivos”, comenta Boeira.
Ainda, as redes franqueadoras têm procurado cada vez mais executivas de mercado, focadas em resultados e profissionalização. Em 2015, 22% das mulheres que ocupavam posições de liderança tinham algum vínculo familiar com os sócios proprietários. Em 2024, esse percentual caiu para apenas 7%, o que demonstra uma profissionalização maior e uma busca por lideranças femininas com experiência de mercado e formação técnica.
De acordo com a pesquisa da FIA Business School, as lideranças femininas também inspiram mais confiança nos times. Para 50% dos entrevistados, as CEOs mulheres têm uma gestão considerada excelente, enquanto esse percentual cai para 43% quando a liderança é masculina. Além disso, 79% dos funcionários afirmaram confiar totalmente em suas CEOs, enquanto o nível de confiança nos CEOs homens foi de 72%.
Segundo Boeira, essa diferença pode ser explicada pelo perfil de liderança mais inclusivo e colaborativo das mulheres. “Elas têm um talento natural de unir as equipes, ouvir mais e tomar decisões de forma mais assertiva e cuidadosa. Saber utilizar talentos naturais em qualquer gênero faz toda a diferença em ambientes corporativos que buscam evolução constante e engajamento”, pontua o empresário.